UFSC amanhece com acesso bloqueado por barricadas nesta quinta-feira

A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) teve as entradas obstruídas durante a madrugada desta quinta-feira (16) no campus de Florianópolis. Professores, servidores e estudantes da universidade aderiram à greve nacional.
As imagens das barricadas foram divulgadas pelo Sintufsc (Sindicato dos Trabalhadores da UFSC). Os servidores técnico-administrativos em educação, representados pela entidade, estão em greve desde o início do ano letivo em 11 de março.
A entrada da universidade foi bloqueada nas ruas Roberto Sampaio Gonzaga, ao lado da Biblioteca Universitária, e Eng. Agrônomo Andrei Cristian Ferreira, em frente ao Centro de Eventos. As vias são utilizadas por carros, ônibus e pedestres para acessar o campus.
Acesso bloqueado na Rua Eng. Agrônomo Andrei Cristian Ferreira, que leva ao Centro de Eventos da UFSC – Foto: Reprodução/Sintufsc
“Não podemos continuar a rotina na universidade com as estruturas comprometidas, caindo aos pedaços, salários defasados e número cada vez menor de trabalhadores”, publicou o Sintufsc nas redes sociais.
Além dos servidores, os professores da UFSC aderiram à mobilização nacional das instituições federais de ensino em 7 de maio. A categoria reivindica o reajuste salarial de 22%, a reestruturação da carreira e a recomposição do orçamento das universidades.
O corpo estudantil da UFSC aderiu ao movimento em solidariedade aos docentes e servidores – Foto: Reprodução/Instagram
A greve docente foi deflagrada em 15 de abril em todo o país. Segundo o sindicato nacional Andes, o movimento já conta com 47 universidades federais, seis institutos federais e dois Cefets (Centro Federal de Educação Tecnológica).
Na terça-feira (14), os alunos da UFSC também decidiram aderir à greve em assembleia geral do Diretório Central dos Estudantes. “A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador!”, cantaram os grevistas no hall do Centro Socioeconômico.
Greve na UFSC ocorre em meio a tentativas de negociação
Docentes e servidores negaram a proposta de reajuste zero em 2024 apresentada pelo governo – Foto: Henrique Almeida/Agecom
O Governo Federal apresentou uma proposta na quarta-feira (15) com diferentes níveis de reajuste para os professores. Aqueles que ganham mais receberiam um aumento de 13,3% até 2026 e os que ganham menos de 31%.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, porém, insistiu no reajuste zero para a categoria em 2024. Segundo o jornal O Globo, os representantes da pasta afirmaram durante a reunião que essa é a última oferta.
De acordo com o sindicato nacional Andes, 55 instituições federais de ensino aderiram à mobilização – Foto: Reprodução/Andes-SN
As entidades sindicais vão se reunir para discutir a oferta e darão uma resposta até dia 27 de maio. O governo também terá um terá um encontro na próxima terça-feira para negociar a greve dos servidores técnicos-administrativos, que exigem 37% de reajuste em três anos.
Representantes do Governo Federal manifestaram a intenção de chegar a um acordo e acabar logo com a paralisação nas instituições federais de ensino. O presidente Lula demonstrou preocupação em entrevista ao programa Bom Dia Presidente, da EBC, no dia 7 de maio.
“Vamos fazer um acordo. Não me encanta ver parte da educação em greve. Tenho que inaugurar muitas escolas técnicas, visitar universidades, e quero que os professores e funcionários estejam tranquilos”, declarou Lula.
Via ND+