Clésio Salvaro grava vídeo e se manifesta sobre prisão: ‘a política nos prega muitas surpresas’
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), gravou um vídeo (assista abaixo) durante a sua prisão na manhã desta terça-feira, dia 3, e avaliou a medida como um processo “político”. Salvaro foi preso durante a segunda fase da Operação Caronte, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac). Ele foi alvo de um mandado de prisão preventiva e outras nove pessoas também foram detidas em Santa Catarina.
“Quem convive próximo de mim sabe que eu sempre disse que o meu maior desejo, a minha maior obra, era no último dia do mandato fazer uma reunião com a minha equipe de governo, tomar um café e sair pela porta da frente da prefeitura. Mas a política, às vezes, nos prega muitas surpresas”, disse.
Salvaro considera a sua prisão como uma medida política. Nas eleições a prefeitura de Criciúma, ele é apoiador do candidato Vaguinho (PSD), que é concorrente direto do candidato Ricardo Guidi (PL), este apoiado pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). Salvaro chegou a se licenciar do cargo de prefeito para participar ativamente da campanha de Vaguinho.
“Um dos meus grandes projetos era o de regularizar a central funerária. Trabalhei muito para isso. Fizemos muitas coisas pela cidade. Ontem mesmo eu mandei uma mensagem para o governador porque eu sei que esse não é um processo jurídico. Vai muito além da justiça. Hoje tem a política que está se sobrepondo a este processo”, avaliou
Eu tenho certeza da minha inocência. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada que possa me incriminar, exceto a liderança que exercemos na política, exceto esse poder de transferir o voto, exceto a certeza de que vamos vencer as eleições.
Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma preso na manhã desta terça-feira
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O Geac e o Gaeco cumpriram novas ordens judiciais expedidas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina nas cidades de Criciúma, Florianópolis, Jaraguá do Sul e São José. Ao todo, foram 10 mandados de prisões preventivas. Após a deflagração da Operação Caronte, no dia 5 de agosto, as investigações foram concluídas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com análise das provas e coleta de 38 depoimentos.
Os envolvidos foram, então, denunciados, no dia 26 de agosto, pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.
Primeira fase
Na primeira fase, foram presos sete investigados. Com o cumprimento das prisões no dia de hoje, agora todos os 17 integrantes da organização criminosa encontram-se presos preventivamente. Os presos foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional, onde aguardarão audiência de custódia nos locais onde ocorreram as prisões.
Fonte: Portal Engepus